Sabadão, sol estalando na cabeça, mais uma esperada trilha com os amigos.
Mas antes de começar, quero fazer uma pequena introdução do porque do nome Trilha da Teimosia.
Pense num cara teimoso, muito teimoso mesmo. Não, é ainda mais teimoso do que esse cara que você pensou aí, e este se chama Jé.
Pronto, vamos aos fatos (sempre em segunda pessoa pra não acharem que levamos as coisas pelo lado pessoal)
Após reunião da diretoria Piranatrilha, os integrantes Jé, 06, Pipinu, Charlão, Mauricio, Ralfe, Heitor, Picolli, Napa, Neto, Alan, Picapu, Joaninha, Beto, Enio e Claudinho picaram cartão no horário das 15hs na fazenda, onde em alguns minutos depois daquele rotineiro agarra-agarra e passação de mão, saíram.
Rumo ao Jipeiro a maioria saiu na frente, aproveitando sem saber a única chance de jogar das curvas terra seca no companheiro, o que logo mudou de cenário quando passamos pelo circuito da Serra Azul, que na menor poça cabia a moto dentro, daí, jogava-se barro. Neste trecho houve possibilidades de muitos observarem por varias vezes o rolamento da sua roda dianteira bem perto. Agora sim, chegamos ao Jipeiro. Cheio daquele barro-sabonete, valeta funda pra todo lado e de zigue-zague, pedra grande amontoada em cima de pedra menor, e todas sempre batendo de topo na roda da frente (porque será que é sempre assim em). Foi assim até no final do Jipeiro, quer dizer, não teve um final final pq tinha uma árvore enorme caída bem no meio da trilha e todo mundo teve que retornar (e de novo, as pedras na roda). Tudo com uns tendo mais dificuldades, outros menos, e uns nenhuma. Há um detalhe, os caloteiros Napa e Picolli não subiram, dizendo que iriam subir pelo caminho normal e esperar todos lá na saída do Jipeiro (só que até agora ninguém sabe pra quem o Napa disse isso). Charles? Calma, respira fundo e conta até 10!!rsss
Mas o Charles ficou bravão porque caiu ao descer o Jipeiro.
Então, depois de ficar um tempão esperando esses dois e nada, saímos contornando todo morro pelo estradão (neste momento os dois entraram na fila, pra variar, lá trás), passando por outras dezenas de poças, curvas pedrosas e depois arenosas.
Fugindo das valetas das Três Casinhas chegamos ao Circuito do Areião que com essa chuva, faz na curva o pneu da frente enterrar pra dentro da areia, enquanto que o trazeiro apoda o motoqueiro. A galega chega parece um compasso... Curva pra cá, aceleração, curva pra lá, embreada e cambiada (as veis dá umas errada nas curvas e entra pra cana), dá o que tem na reta, breca de novo pra desta vez não bate atrás do amigo, apoda por dentro vezes por fora, acelera de novo e dessa vez cabo enrolado pra levanta a frente da sangria e ela e piloto não cair de boca dentro da valeta. Chegamos ao final deste até com tremedeira, enquanto uns com a boca cheia de areia.
E ali paramos todos por minutos, dando aquela chacoalhada na moto pra cair os quilos de areia, batendo a roupa e olhando pro tempo... Tempo, que tempo estranho que ta ali né gente?! Vê lá 06, isso aí é só uma nuvem passageira, e que ta lá praqueles lado de São Carlos, bem longe daqui. Óia Jé, ela não ta longe não em?! Dá ate pra ouvir os pingão caindo aqui por perto, óia o vento, esse negocio ta esquisito e chegando rápido demais, vambora moçada, vambora pq vai dar cagada isso aí, larga mão de ser teimoso Jé... Vê lá 06, vambora nada, vamo acelerá, falta pouco pra chegar em Analandia. Falta pouco Jé? Ainda esta no meio do caminho, e a chuva esta logo ali ó, justamente em cima do caminho para Analandia. Larga mão disso 06, vãobora que nem vai moía...
Vambora turma, segue eu! U, mais como é teimoso esse homem gente... E o teimosão do Jé dando tudo o que tinha saiu acelerando aquela sangria que nem um loco aterrorizante, e junto com ele a maioria, um bando de sem noção..
Fica 06 e Mauricio um olhando pra cara do outro, naquele vai ou não vai, vai ou não vai, mas como amigo é amigo e fdp é fdp, partimos fervendo as KTM´s (ktm´s em homenagem ao nosso amigo Cuié) e logo juntamos ao bando de inocentes. Sem noção da puta chuva que ia cair no próximo quilometro! E corre no estradão, e corre, e rapa daqui, pula pra li, desvia daqui, acelera...todos na direção da tempestade que o teimoso disse não ter visto...
E a chuva chegou gelada e forte. Os pingos pareciam àquela semente de mamona atiradas com estilingue, que quando batem na cara e no beiço chega a queimar.
E é bem curioso que nesses momentos trágicos (o cara dramático) é a corrente de um que sai, é motor que começa falhar, moto que morre aqui, outra que não pega ali, gente correndo pra se esconder no meio da cana, raio caindo a meio metro do pé da gente e São Pedro mandando ver, castigando os tontos dos trilheiros.
E foi com lavação de roupa, xingo, sermão, risada, motos sendo rebocados que em meio a piadas que conseguimos sair debaixo daquele nuvem preta e chegar a outras terras um pouco mais secas, dando condições de muitos ainda poder fazer umas graças até chegar a fazenda.
Na fazenda, enquanto uma parte verificava o dinheiro pra cerveja a outra era lavada com jato de mangueira. Desta Jé, foi vc que ficou parecendo um cupim, seu engraçadinho!!kkkkk
Antes do finalmente, fizemos uma parada no posto BR para tomar umas (a cor do chão do posto ficou igual a das motos), e comer uns biscoito de polvilho.
Agora sim, finalmente, vamos embora. Mas só que tem um último episódio pra contar. Gente, até no asfalto esse povo dá trabaio... Charlão, vc só pode tá de sacanagem, se tinha que pranchar de costas naquela esquina perto do paredão?!
Final de semana tem mais aventura galera!!!