Adeus carburador. Sistema de Injeção Eletrônica está cada vez mais presente nos novos modelos de motocicletas, tendência que também chega com força aos modelos off-road
A partir de agora, vamos iniciar uma série de matérias, explorando o universo da Injeção Eletrônica em motocicletas, nas quais pretendemos trazer muitos esclarecimentos para aqueles que possuem dúvidas sobre o assunto.
No motocross as 450cc com Injeção Eletrônica são a coqueluche do momento
Primeiro, é fundamental explicar porque a injeção eletrônica passou a ser aplicada nas motocicletas Street e Off Road.
O principal motivo para a implantação desse sistema é diminuir a emissão dos gases poluentes na atmosfera, conforme as exigências dos órgãos governamentais. Através de testes executados, constatou-se que uma motocicleta carburada polui a atmosfera proporcionalmente dez vezes mais que um veículo da linha leve com Injeção Eletrônica.
No Brasil, já contávamos com motores alimentados com este sistema, porém, somente em motocicletas de grande porte e importadas. Agora, Fazer, Titan 150, Bros e Biz possuem este sistema de alimentação de combustível, ou seja, agora a Injeção Eletrônica está presente em motocicletas de pequeno, médio e grande porte.
Com essa nova tendência, a Injeção Eletrônica de combustíveis cada vez mais estará presente nos novos modelos até se alcançar a totalidade da produção de motores para motocicletas produzidas no país e no mundo.
Em razão disso, os profissionais que estão diretamente envolvidos com a manutenção dessas máquinas, obrigatoriamente deverão se reciclar tecnicamente, em busca de atualizações preciosas para o dia a dia.
Do carburador para injeção eletrônica
O carburador reinou nos motores das motocicletas durante muitos anos, e sabemos que tanto o avanço tecnológico quanto algumas mudanças nos carburadores levaram décadas para serem aplicados, e mesmo assim se tratava de um componente mecânico limitado a modificações que pudessem gerar resultados nem sempre significativos. Para se trabalhar um carburador para uma determinada pista, este estaria limitado às condições as quais este componente foi retrabalhado.
Graças à introdução do sistema de Injeção Eletrônica, muita coisa mudou. A eletrônica nos possibilita uma grande gama de alterações quanto ao torque que se deseja estipular para cada tipo de motocicleta, como por exemplo, provas com pistas mais longas onde o piloto necessita de torque e velocidade final mais agressiva, ou para pistas curtas, com maior número de manobras e torque em baixa maior.
Enfim, através da eletrônica aplicada nos sistemas de alimentação, a evolução que demorava dez anos poderá, agora, demorar apenas um, além de nos possibilitar maiores recursos em uma preparação. Só que toda esta tecnologia tem que ser muito bem estudada e compreendida antes de se pensar em realizar qualquer tipo de mudança (remapeamento).
A grande diferença entre um sistema carburado e um sistema injetado é que, inicialmente, o índice de emissões de poluentes no sistema injetado é constantemente monitorado, permitindo alcançar os índices de emissões desejados.
No Brasil, alguns gases devem ser monitorados, como CO, CO², HC, O² e o NOX. Porém, para os motores das motocicletas estão sendo fiscalizados o CO (Monóxido de Carbono), tendo-se em vista o curto espaço de tempo, o HC (Hidrocarboneto) e NOX (Óxido de Nitrogênio).
Existem métodos para se verificar o valor do CO com utilização de equipamentos simples.
Como funciona
Os sistemas de Injeção Eletrônica poderão ter diferenças entre um sistema e outro, pois estão baseados em duas partes fundamentais que são o hardware (componentes físicos que se consegue enxergar, como sensores, atuadores, chicote, MCE) e o software (Programas operacionais - Protocolos).
Para que os sistemas funcionem em perfeita harmonia, é necessário que todo o conjunto esteja em perfeitas condições de funcionamento e, principalmente, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo sistema.
Pelo Módulo de Controle (MCE) é possível obter um relatório que demonstra de forma numérica o que está acontecendo ou o que aconteceu no sistema
Normalmente, o sistema dispõe de uma estratégia de autodiagnose, indicando "prováveis" avarias. Quando isto ocorre, existem estratégias de Recover, que tentam fazer com que o sistema continue trabalhando mesmo com os defeitos registrados.
Além desta estratégia existem ainda outras, como a de autoadaptividade (adapta-se ao desgaste do motor, ou a determinados ajustes emergenciais).
Muitas vezes, é possível obter um relatório gerado pelo Módulo de Controle (MCE), que demonstra de forma numérica o que está acontecendo ou o que aconteceu no sistema.
Estes códigos são de suma importância para o diagnóstico de falhas, porém não se deve confiar plenamente no resultado obtido. Muitas vezes, poderá haver um defeito (mecânico) externo ao sistema que poderá mascarar a verdadeira causa da falha apresentada.
MotoX.com.br - Por Rino Liciani Júnior
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